Download dos textos completos do blogue em -
https://homeoesp.org/livros-online
O Zen é a essência
do Budismo
A liberdade
interior é a essência do Zen
A
FÉ NA MENTE VERDADEIRA
Não
há nada de complicado na grande Via,
Mas
é essencial evitar preferir. (1)
Libertos
do amor e do ódio
Ela
aparecerá com todo o seu esplendor. (2)
Se
nos afastarmos dela pela espessura de um cabelo
Será
como um imenso precipício entre o céu e a terra. (3)
Se
a quisermos atingir
Não
podemos estar nem a favor nem contra nada. (4)
O
conflito entre o a favor e o contra
É
a autêntica moléstia da alma. (5)
Se
não divisarmos a essência das coisas
Afadigar-nos-emos
em vão para serenar o nosso espírito. (6)
Tão
perfeita como a vastidão do espaço,
Nada
lhe falta, nada está fora dela. (7)
Acolhendo
e repelindo as coisas
Não
somos como devemos ser. (8)
Não
intentemos alcançar o mundo submetido à causalidade.
Não
adiramos a uma inanidade que exclua os fenómenos. (9)
Se
o espírito permanecer em paz no Um
As
visões dualistas irão desaparecer por si próprias. (10)
Quando
a actividade pára e a passividade impera,
Esta,
por sua vez, torna-se mais activa. (11)
Permanecendo
no movimento ou na quietude
Como
é que poderemos conhecer o Um? (12)
Se
não compreendermos a unidade da Via
O
movimento e a quietude irão conduzir-nos ao fracasso. (13)
Se
nos apartarmos do fenómeno, ele absorver-nos-á,
Se
perseguirmos o vazio, virar-lhe-emos as costas. (14)
Quanto
mais falarmos e racionalizarmos,
Mais
nos desviaremos da Via. (15)
Suprimindo
a linguagem e a reflexão
Não
existirá lugar algum onde não possamos ir. (16)
Regressando
à raiz obteremos o sentido,
Correndo
atrás das aparências afastar-nos-emos do princípio. (17)
Se
por um breve instante nos olharmos introspectivamente
Ultrapassaremos
o vazio das coisas deste mundo. (18)
Se
este mundo nos parece sujeito a transformações
É
consequência das nossas visões falsas. (19)
Não
é necessário buscar a verdade
Basta
terminar com as falsas visões. (20)
Não
nos apeguemos às visões dualistas,
Evitemos
com todo o cuidado perfilhá-las. (21)
Caso
exista o menor vestígio do sim e do não
O
espírito perder-se-á num labirinto de complicações. (22)
A
dualidade existe como consequência da unidade,
Mas
não nos apeguemos a essa unidade. (23)
Quando
o espírito se unifica sem se apegar ao Um,
As
dez mil coisas são inofensivas. (24)
Se
uma coisa não nos ofender é uma coisa inexistente,
Se
nada se produzir não haverá espírito. (25)
O
sujeito desaparece atrás do objecto.
O
objecto desaparece com o sujeito. (26)
O
objecto é pelo sujeito que é objecto.
O
sujeito é pelo objecto que é sujeito. (27)
Se
desejarmos saber o que é que eles são na sua ilusória dualidade,
Saberemos
que não são nada para além do que um vazio. (28)
Neste
vazio único os dois identificam-se
E
cada um contém em si as dez mil coisas. (29)
Não
devemos fazer distinção entre o subtil e o grosseiro.
Como
poderemos tomar partido disto contra aquilo? (30)
A
essência da grande Via é vasta,
Nela
não há nada fácil nem difícil. (31)
As
visões mesquinhas são hesitantes.
Quanto
mais depressa pensamos que vamos mais lentamente o fazemos. (32)
Apegando-nos
à grande Via aniquilamos toda a dimensão
E
comprometemo-nos com um caminho sem saída. (33)
Se
a deixarmos ir as coisas seguirão a sua própria natureza.
Em
essência nada se move nem permanece no mesmo lugar. (34)
Obedecendo
à natureza das coisas estaremos de acordo com a Via,
Estaremos
livres e seremos libertados de todo o tormento. (35)
Quando
os nossos pensamentos estão acorrentados viramos as costas à verdade
E
mergulhamos no desassossego. (36)
O
desassossego fatiga a alma.
Para
quê fugir disto e acolher aquilo? (37)
Se
desejarmos adoptar o trilho do Veículo Único
Não
poderemos amparar nenhum preconceito contra os objectos dos seis sentidos. (38)
Quando
deixarmos de os detestar
Então
atingiremos a iluminação. (39)
O
sábio perdura sem fazer nada,
O
louco enreda-se a si mesmo. (40)
As
coisas não conhecem distinções,
Nascem
do nosso apego. (41)
Apoderarmo-nos
do seu espírito para nos servirmos dele
Não
será o mais grave de todos os desatinos? (42)
A
ilusão produz quer a serenidade quer o transtorno.
A
iluminação destrói todo o apego bem como toda a aversão. (43)
Todas
as oposições
São
fruto das nossas reflexões. (44)
Visões
em sonho, flores do ar,
Porque
é que nos devemos dar ao trabalho de as proteger? (45)
O
ganho e a perda, o verdadeiro e o falso,
Que
desapareçam uma vez por todas. (46)
Se
o olho não dorme,
Os
sonhos irão desvanecer-se por si próprios. (47)
Se
o espírito não se perder nas diversidades
As
dez mil coisas já não serão mais do que uma identidade única. (48)
Quando
compreendermos o mistério das coisas na sua identidade única
Esqueceremos
o mundo da causalidade. (49)
Quando
todas as coisas forem consideradas com equanimidade
Regressarão
à sua natureza original. (50)
Não
procuremos o porquê das coisas
Porque
iremos precipitar-nos no domínio das comparações. (51)
Quando
a paragem se põe em movimento deixa de haver movimento,
Quando
o movimento pára, deixa de haver paragem. (52)
As
fronteiras do derradeiro
Não
são guardadas nem por leis nem por regulamentos. (53)
Se
o espírito estiver harmoniosamente unido à identidade,
Toda
a actividade se apaziguará nele. (54)
Quando
afastarmos as dúvidas,
A
fé verdadeira reaparecerá confirmada e reerguida. (55)
Já
nada permanece,
Nada
de que seja necessário recordarmo-nos. (56)
Tudo
é vazio, luminoso e radiante por si próprio.
Não
fatiguemos as nossas forças espirituais. (57)
O
Absoluto não é um lugar mensurável pelo pensamento,
O
conhecimento não o pode sondar. (58)
No
mundo da verdadeira identidade
Não
existe outrem nem si mesmo. (59)
Se
desejarmos adequar-nos com ela
Bastar-nos-á
dizer: não-dualidade. (60)
Na
não-dualidade todas as coisas são idênticas,
Nada
há que não esteja contido nela. (61)
Os
sábios em toda a parte
Chegaram
a esse princípio primordial. (62)
O
princípio não tem pressa nem se atrasa.
Um
instante é semelhante a milhares de anos, (63)
Nem
presente, nem ausente,
No
entanto, em toda a parte diante dos nossos olhos. (64)
O
infinitamente pequeno é como o infinitamente grande,
No
esquecimento total dos objectos.
O
infinitamente grande é igual ao infinitamente pequeno,
Quando
o olhar já não se apercebe mais de limites. (65)
A
existência é a não-existência.
A
não-existência é a existência.
Enquanto
o não compreendermos
A
nossa situação permanecerá insustentável. (66)
Uma
coisa é ao mesmo tempo todas as coisas.
Todas
as coisas não são senão uma coisa. (67)
Se
pudermos compreender isto
Será
inútil atormentar-nos quanto ao conhecimento perfeito. (68)
O
espírito da fé é não-dualista.
O
que é dualista não é o espírito da fé.
Aqui
as vias da linguagem param
Pois
não existe nem passado, nem presente, nem futuro. (69)
***
Sem comentários:
Enviar um comentário